A história de Portugal está cheia de negócios feitos com rara mestria. O primeiro que concluímos foi com Leão e Castela, o outro foi com os mouros. Nem sempre foram pacíficos. Não desistimos dos objectivos a atingir e conseguimos desenhar este país.

Um regato, um rio, um ribeiro, uma montanha separa-nos da Espanha. O mar é a outra margem.

Portugal é o país do sonho;é saudável. Respira com prazer, o ar puro dos montes, a brisa do mar, o cântico do vento, o encanto da fauna, o cheiro exuberante da flora, a exuberância do povo, a alegria da liberdade.

Governar Portugal não permite o analfabetismo, a ignorância, a inveja, a prepotência, o amadorismo, a vaidade, ou interesses imediatos. É o futuro que está em jogo, não o presente, nem as saudades do passado.

Governar bem Portugal é saber gerir e administrar. É ser culto e entender de urbanismo, é transferir dinheiros públicos e competências para os Governos das Regiões, para os Municípios e para as Freguesias.

Governar bem Portugal é governar com profissionalismo, capacidade, coerência, , honestidade e previsão no futuro.

Esta sinopse histórica é um memorando. Foi escrita a pensar em ti. Aqui tens as bases, que poderás sempre alargar através de outras leituras mais pormenorizadas sobre cada assunto. Recordamos o passado, vivemos o presente, acautelamos o futuro.

Este resumo serve para te situares, para saberes como este País foi grande em território e pensamento.

O tamanho de um país é irrelevante para a produção de riqueza e bem-estar. Compara o tamanho do Luxemburgo, de Singapura ou da Suiça com o Sudão, a Etiópia ou Afeganistão.

Já compreendeste onde queres chegar? Não é o tamanho é a inteligência, a cultura e o saber que fazem a grandeza do ser humano e de um país.

Quando éramos pequenos e usámos a inteligência fomos grandes. Quando desistimos de pensar, de aprender e de ensinar voltámos a ser pequenos em tamanho e em valor.

O gosto de viver e saborear a felicidade está naquilo que imaginamos e construímos para nós e para os outros. Não está naquilo que nos é oferecido sem esforço.

Quantos meninos pobres fizeram a riqueza deste País?

Acredita em ti. Usa a inteligência. Fica na História.

O CONDADO PORTUCALENSE

Afonso VI, rei de Leão e Castela, tinha grandes dificuldades em governar os seus Estados. Os mouros ou sarracenos (árabes) ocupavam todo o sul da península e atacavam frequentemente os reinos cristãos.

Numa destas lutas o rei foi ajudado por dois fidalgos Borgonheses: D. Raimundo e D. Henrique. Como recompensa, Afonso VI deu a D. Raimundo, a mão de sua filha D. Urraca e o Governo da Galiza (a Galiza fazia parte do reino de Leão). A D. Henrique deu-lhe, em 1096, a filha bastarda, D. Teresa, e o Condado Portucalense.

O Condado ficava sob a dependência da Galiza e abrangia terras desde o Minho ao Tejo.

Os seus limites a oriente eram o Douro e o Côa; a sul, uma linha entre o Mondego e o Zêzere.

Estes limites variavam muito. Umas vezes, os donos das cidades eram os mouros, outras os cristãos. Assim, iremos assistir a conquistas de terras que já tinham pertencido ao Condado Portucalense e que os mouros voltavam a ocupar.

Quem lá habitava submetia-se ao vencedor. Muitas vezes os cristãos mantinham a religião, mas os seus hábitos mudavam tanto que pareciam árabes e por isso tomavam o nome moçárabes. Outras vezes eram os árabes que aceitavam as regras dos cristãos vencedores e recebiam o nome de mudéjares.

Os judeus preferiam professar a sua religião e fingir que tinham outra. A estes chamavam-se criptojudeus.

Nesta altura estão a decorrer as Cruzadas. As cruzadas eram expedições militares à Terra Santa com a finalidade de libertar o túmulo de Cristo e os cristãos que aí viviam. A primeira cruzada pregada por Pedro, "o Eremita" foi um desastre. Os turcos mataram todos os peregrinos que apareceram. A Segunda foi organizada pelos cavaleiros e grandes senhores. Esmagaram os turcos, tomaram Jerusalém e proclamaram rei Godofredo de Bouillon.

As cruzadas foram nove. A partir dos finais do século XIII, os árabes tomaram conta dos Lugares Santos, até 1948, quando se dá a criação do Estado de Israel e os judeus passaram a ocupar esse espaço.

Portugal beneficiou bastante com a passagem e a fixação de alguns cruzados no seu território.

D. Henrique outorga foral a Guimarães e escolhe-a para residência e capital do Condado.

O primeiro passo para a autonomia situa-se em 1097.

D. Henrique começa a colocar a sua gente, que era muito pouca, nos lugares mais vulneráveis, de modo a impedir as surtidas dos mouros. Ao mesmo tempo insiste, com o primo Raimundo e com o rei, para que o Condado Portucalense tenha maior autonomia.

Em 1105 faz com D. Raimundo o Pacto Sucessório pelo qual, por morte de Afonso VI, ele ajudava-o a tornar-se o sucessor do sogro, em Leão e Castela. Em contrapartida, D. Henrique tornava-se independente recebendo, além do Condado Portucalense e do Condado de Coimbra, a Galiza ou uma parte dos territórios de Toledo.

Por esta época, a Igreja era o árbitro nas grandes decisões. D. Henrique, como familiar do abade de Cluny (Borgonha-França) tenta aproveitar essa circunstância para atingir os seus objectivos. Coloca à frente das dioceses de Braga e Coimbra dois monges franceses. Isenta-os de Impostos e dá-lhes autorização para concederem forais (leis particulares que outorgavam privilégios à população).

Em 1112 D. Henrique oferece, a D. Maurício, Braga e o respectivo couto (lugar de asilo e refúgio). Em 1120 D. Teresa faz o mesmo a D. Hugo, bispo do Porto, dando-lhe o burgo e o couto.

Estas generosas dádivas eram a melhor maneira de agradar à Santa Sé.

Sem a bênção do Papa, nenhum território alcançava a independência.

D. Raimundo morre em 1107 e Afonso VI em 1109. A partir deste momento, D. Henrique proclama-se Conde e senhor de Portugal, pela graça de Deus.

Em 1111 nasce o filho, Afonso Henriques.

Tudo corre à feição dos seus desejos, mas os sarracenos atacam. D. Henrique para se defender deles, não pode impor-se perante a Galiza, Leão e Castela.

Morre em 1114, sem concretizar o sonho. A mulher toma conta do Governo e intitula-se "Rainha Teresa de Portugal".

D. Teresa utilizou o instinto político para consolidar a autonomia do Condado, aproveitando-se das desavenças entre os seus parentes da Galiza, Castela, Leão e Aragão.


1ª DINASTIA

D. Afonso Henriques - 1128-1185 _______________ D. Dinis ------ 1279 - 1325
D. Sancho I - 1185 - 1211______________________D.Afonso IV-- 1325 - 1357
D. Afonso II - 1211 - 1223_____________________ D.Pedro I------1357 - 1367
D. Sancho II - 1223 - 1245_____________________ D.Fernando----1367 - 1383
D. Afonso III - 1245 - 1279__________________________________________

INTERREGNO 1383-1385
2ª DINASTIA


D. João I ____1385-1433______________________ D. Manuel I ------- 1495-1521
D.Duarte ____1433-1438______________________ D. João III--------- 1521-1557
D. Afonso V_ 1438- 1481______________________ D.Sebastião-------- 1557-1578
D.João II____1481- 1495______________________ Cardeal D.Henrique 1578-1580

CRISE SUCESSÓRIA
3ª DINASTIA

Filipe II_____ 1581-1598_______________________ Filipe IV------- 1621-1640
Filipe III_____1598-1621____________________________________________

4ª DINASTIA

D.João IV___1640-1656________________________D.Miguel-------1826-1834
D.Afonso VI_ 1656-1683________________________D. Pedro-------1834-1834
D.Pedro II___1683-1706 ________________________D.Maria II----- 1834-1853
D.João V____1706-1750________________________D. Pedro V-----1853-1861
D.José _____ 1750-1777________________________ D.Luís----------1861-1889
D.Maria I____1777-1816________________________D.Carlos--------1889-1908
D.João VI___ 1816-1826________________________D. Manuel II---- 1908-1910


DINASTIA AFONSINA

D. AFONSO HENRIQUES - O CONQUISTADOR

1111-1185

(reinou de 1128 a 1185)

Aos 16 anos arma-se a ele próprio cavaleiro em Zamora. Tenta impor-se perante a mãe. Ela resiste, ele não cede e Afonso VII, rei de Leão, veio cercá-lo a Guimarães para lhe abrandar o carácter.

Egas Moniz, que tinha sido aio de D. Afonso Henriques, e era seu alferes-mor, perante a situação difícil do seu pupilo, vai ao rei de Leão e promete-lhe que o jovem Afonso lhe prestaria vassalagem. Ele não prestou. Egas Moniz e a família foram, de corda ao pescoço, junto do rei para pagarem com a vida a promessa não cumprida. Afonso VII não aceitou o

Página principal                    Home Page

História - Página  1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26