ORGIA BÉLICA

Que países loucos

Que guerras cruentas

Os fazem pulsar.

Parecem crianças

Parecem meninos

Que querem brincar.

Crianças grandes

Com armas perigosas

Parecem meninos desfolhando rosas.

E não se apercebem

Dos erros tamanhos

Que errando cometem,

Como se fossem rebanhos

Sem alma e sem mente

De ser pensante.

Mas que pena ver

Nações inteiras

Berrar e correr

Como pobres cabreiras!

Ameaçam e gritam

Onde vêm podridões

Só não vêm a si

Ai não vem não

Por certas razões.

Que países loucos!

Que guerras cruentas

Eles criam e fomentam

Com suas paixões.

Lisboa

CAOS

Corre o Mundo ao acaso

Em atropelos e confusão.

Corres tu, corro eu, corremos todos

Debaixo de invisível mão.

Galegos, podengos, cachorros,

Zoilos ou pobres cabreiras;

Saltam, gritam, borbulham

Em desvairada barulheira.

Que mundo feito de doidos e cretinos,

De peralvilhos, mentecaptos e ladrões!

Mundo pobre, pobre de libertinos

A enlamearem gerações.

E mais: a Terra inteira,

Todo este universo, o espaço

Cheira a ti, sua por ti,

Sangra por ti que nada vales.

Voltai gentes e faces.

Erguei troncos e cabeças,

Tomai a verdade que sois.

Sede bem vós mesmos.

Penamacor

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